quinta-feira, 15 de julho de 2010

Como conciliar justiça e liberdade segundo Platão

Depois de alguns meses ausente, vou retomar com os textos. Esse aqui é um resumo-um pouco antigo por sinal , de como seria a cidade ideal para o Platão. Foi resultado de uma aula de Filosofia do ano passado, embora eu o tenha guardado pois gosto muito da forma que o Platão vê a política e educação.

Para Platão, só era possível conciliar a justiça com liberdade quando se controla a alma¹ levando a razão em caminho da prudência. Quando a prudência era trabalhada, o ser humano se relacionava com as situações como um todo, era importante avaliar casos e utilizar a dúvida anteriormente.
Como a cidade justa era formada por indivíduos juntos, e o indivíduo vivia em função da alma, essa alma deveria ser justa. A alma era formada pela cólera, apetites e desejos(orgãos, como era chamado por Platão), porém essas deviam ser avaliadas com prudência, ou seja, deviam ser dominadas pela razão.
Se for assim, os desejos passam a se tornar moderação, a cólera passa a se tornar coragem e honra e a razão em prudência.-e esta pode responder a grande pergunta de Platão, justiça conciliada com liberdade.
Um tirano por exemplo, confunde suas vontades próprias com as leis para um grupo, portanto fazem suas leis conforme seus desejos, deixando assim de ser livre e passando a se tornar escravo de suas próprias vontades, para se tornar uma pessoa livre e dentro da justiça, é necessário ter um domínio de si em relação aos seus desejos.
A cidade ideal para Platão funcionava como uma hierarquia, onde o desejo passasse a ser equilíbrio, a cólera se tornasse em harmonia e por fim a razão dominasse .
A conclusão feita por Platão é de que seria impossível uma cidade ser justa-se os indivíduos valorizam a cólera e a os apetites, se não houver domínio de si mesmo. Com o desequílibrio dos desejos não há liberdade( se não for avaliada pela razão). A justiça só se concilia com a liberdade quando se sabe ser prudente com os seus orgãos, ou seja, quando eles funcionam como uma hierarquia. 

¹ A alma para os gregos era aquilo que constituia as faculdades de pensamento.

                                                                                                                        Beatriz Rocha

6 comentários:

  1. Eu comecei os meus estudos filosóficos com Platão. A alegoria da caverna foi o que me fez mergulhar no âmbito da filosofia. Depois por causa da leitura de Nietzsche, separar-me-ei um pouco do estudo do pensamento platônico. Nietzsche empenha muita potência em suas críticas para com Platão. A ferocidade nietzscheana é bastante persuasiva.

    Hoje em dia, sou bem crítico de Nietzsche, mas isso na parte que diz respeito ao "super-homem".

    Platão foi mais que fundamental para o desenvolvimento não só da filosofia, como também da política (como revela o teu texto), da matemática (tanto é que seu pensamento é de índole matemática, Platão, vale dizer, levou dez anos para absorver e dominar por completo a nova geometria), da Ética et cetera.

    O texto é bem esclarecedor. Observei que você, Beatriz, fez uma nota para explicar o sentido do termo "alma" para os gregos naquela época. Isso denota prudência com o uso das palavras. Uma coisa difícil de encontrar nas pessoas. Geralmente, a maioria usa as palavras com um significado e sentido distorcidos. Elas também não avaliam os termos de acordo com o contexto no qual eles estão sendo aplicados.

    (Eita. Já entrei em filosofia da linguagem. Meu velho hábito)

    Bem. É isso. Ficarei passando por aqui sempre que puder pra ler tuas postagens.

    Abraço pra ti!

    ResponderExcluir
  2. Fiquei muito feliz ao saber que voltou a atualizar o site!!!As coisas que você publica aqui são trabalhos legítimos e realmente acrescentam alguma coisa quando leio...Não é apenas um copy+paste que encontramos na internet!!
    continue escrevendo assim meu amor!

    ResponderExcluir
  3. Acredito que uma sociedade perfeita começaria em uma revolução mental universal, onde seriamos livres do Estado, todos ajudando um ao outro sem ganancia e mesquinhagem, o consumismo que vivemos hoje em dia gera tudo isso que vivemos, fome,miséria,criminalidade, egoísmo, maldade e varios outros fatores.
    Se não houver uma revolução mental, agregada a uma sociedade libertária acredito que viveremos pra sempre nessa falsa liberdade que alguns acreditam existir.

    Posso até ter fuigido um pouco do tema que é esse pequeno trecho dos conceitos de Platão, que é ótimo por sinal, mas falei um pouco dos meus pensamentos rs.

    Adorei a postagem!de volta na area bia!

    ResponderExcluir
  4. O Jorge roubou minha teoria de "Sociedade Proto-cooperativa", terei de patentea-la.
    Logicamente uma sociedade idealizada à séculos por filosófos, pode ser inevitavelmente pré-vista, esse é o futuro da evolução humana, o futuro onde todos os valores Platônicos, Nietianos, Epicuranos, e inumeros outros serão moldados a uma sociedade "perfeita".É o que penso, mas levará tanto tempo que eu não saberia estimar, talvez para isso deixássemos de ser humanos.

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Well, precisaríamos tornarmos-nos super-homens.

    Bia, gostei do texto. Platão foi honesto em suas análises e isso o fez ter bons juízos a cerca de um modelo melhor de sociedade. Penso, que culmina sempre no individuo, em sua proporção, a responsabilidade do avanço social.

    ResponderExcluir